O futebol americano é considerado um ‘esporte democrático’, pois possui diversas posições e cada uma requer um biotipo corporal. Jogadores de 1,70m que pesam 80 kg dividem o campo com outros de 2,10m e 150 kg, tendo suas responsabilidades e habilidades distintas dentro do jogo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que a Educação Física aborde 6 (seis) unidades temáticas ao longo dos anos escolares, sendo uma delas os Esportes. O futebol americano, por sua vez, é categorizado como um ‘esporte de invasão ou território’ e, portanto, se torna uma alternativa a ser ensinada na escola (e não, não é violento quanto parece). Por se tratar de algo diferente, algo que a maioria dos alunos nunca experimentou, não ocorre o constrangimento de não se sentirem tão bons quanto os colegas que são ótimos no futsal ou excelentes no vôlei (modalidades que geralmente tomam conta das aulas de Educação Física). Todos estarão ‘aprendendo do zero’ juntos. Fazendo adaptações e propondo atividades lúdicas planejadas, a aula torna-se bastante divertida e prazerosa.
Para se ter uma noção do quanto o esporte está crescendo aqui, Belo Horizonte tem 3 (três) times de futebol americano e, por parcerias, eles recebem os nomes dos grandes times de futebol de Minas (América, Atlético e Cruzeiro). Existem campeonatos regionais em quase todos os estados e duas divisões do campeonato brasileiro. A NFL (liga profissional centenária de futebol americano dos EUA) divulgou que a audiência global do Super Bowl (final do campeonato nacional) foi de 56 milhões em 2024, sendo que o Brasil representou 2,5 milhões destes espectadores. Somos considerados o 3º país que mais consome conteúdos / produtos, atrás apenas do próprio EUA e do México. A ascensão do esporte é tão notável, que este ano a liga fez um jogo da temporada 2024/2025 em solo brasileiro, realizado na Neoquímica Arena em setembro. Foi o primeiro jogo internacional da NFL na América do Sul.
Por Matheus Nascimento – Professor de Educação Física
