
A filosofia e a sociologia são instrumentos importantes tanto na formação do indivíduo para a sociedade em que vivemos, como, também, para a construção do indivíduo para ele mesmo, uma vez que essa ciência busca discutir questões cotidianas e importantes numa visão ética dos jovens reconhecendo sua importância como o Ser Uno e o Ser Social que somos.
O debate
No Ensino Médio de nossa escola, as aulas de filosofia e sociologia acontecem de uma forma dinâmica com a participação de todos os alunos, partindo da provocação de um conhecimento acerca de determinado pensador ou de algum assunto ligado às questões que partem de um indivíduo para o outro.
A busca constante de aulas que promovam o debate acaba por provocar nos alunos a necessidade de buscar mais informação e conhecimento para que possam falar com propriedade sobre determinado tema, levando a um ciclo constante de retomada de aulas passadas que nos servem de base para discussão daquele momento. Assim, revisitamos temas já abordados e os relacionamos com os novos, ampliando a visão de mundo e conhecimento dos envolvidos.
A ética é constante?
Questões que nos encomendam individualmente e que observamos em nossa sociedade acabam sendo expostas em sala de aula, provocando reações adversas nos debates, o que sempre nos leva a discutir sobre nossa postura ética a respeito do outro, indiferentemente de nossa visão própria de mundo e o entendimento de que visões diferentes só podem alargar nossa experiência de vida, independentemente de credos e posicionamentos políticos, uma vez que o espaço educacional de nossa escola é lugar dos diversos que se respeitam. E isso faz com que a cultura da paz, evocada em nossa Carta Magna, seja promovida de forma eficaz e constante, buscando perceber que nossa visão e atitudes podem mudar, pois aprendemos com Heráclito que o ser está em constante mudança e que isso nos leva a nos construir como seres melhores: E não seria essa a função da Instituição Social que tanta importância tem em nossas vidas?

Verdades e realidades
Na sociedade da informação em que estamos inseridos, é praticamente impossível fugir da informática, da Web e das redes sociais que nos trazem kbytes de informações, mesmo com a Lei 15.100/2025, temos muitas informações que chegam até nossos alunos fora de sala de aula e as atividades de estudos propostas podem acabar “sofrendo” com informações truncadas, equivocadas e, por vezes, totalmente falsas que nos levam a discutir sobre a percepção da verdade e da realidade.
A verdade é frequentemente associada à objetividade, à ideia de que existe uma realidade independentemente da percepção humana. Nesse sentido, a verdade seria uma propriedade do mundo em si mesmo, independentemente de como a percebemos ou descrevemos. No entanto, a percepção humana é sempre mediada pela linguagem, pela cultura e pela experiência individual, o que levanta questões sobre a possibilidade de acessar a verdade de forma pura e objetiva.
Assim, tentamos perceber que a construção do conhecimento perpassa uma atitude ética dos indivíduos em sua formação na escola, principalmente nesse tempo em que as Inteligências Artificiais (IAs) aparentam poder fazer grande parte de nosso trabalho, como o parágrafo acima, criado pelo Meta do WhatsApp, que está em nossas mãos constantemente. Seria ético usá-lo para fazer um texto a ser usado na internet, ou em um “simples trabalho de escola”? Essas são questões que levantamos todo o tempo e nos deparamos com uma visão diferente de indivíduos que nasceram num tempo digital, em que boa parte dos adultos está inserida, mas não nasceu nela.
Choques culturais e verdades
Esse mundo digital em que vivemos e suas novidades nos deixam, todos os dias, cada vez mais próximos uns dos outros, por um lado, ou distantes, por outro, como tem sido discutido largamente. Não obstante, é bem provável que seja apenas mais um dos choques culturais que sempre aconteceram entre gerações por toda a história da humanidade, em que os avanços tecnológicos e nossas relações para com eles nos transformam.
Uma grande preocupação: tudo vai mudar? Nós da educação temos a certeza de que sim. Que as coisas vão mudar, já mudaram e mudarão sempre. Todavia, acreditamos que uma coisa não mudará absolutamente: a boa e velha conversa filosófica que nos leva à maiêutica, a passeios peripatéticos e, até mesmo, a análises cartesianas de nossa existência e de nosso amor pelo conhecimento.
Quer refletir mais profundamente sobre as verdades que nos cercam e os valores que moldam nossa sociedade?
No Instituto Cecília Meireles, acreditamos que o pensamento crítico se constrói com diálogo, ética e escuta ativa. Nossas aulas de Filosofia e Sociologia incentivam o debate, a investigação e o respeito às diferenças como caminhos para a construção de cidadãos conscientes e transformadores. Entre em contato, agende uma visita e descubra como formamos alunos preparados para os desafios do mundo contemporâneo com autonomia, empatia e compromisso com a verdade.
¹ Heráclito de Éfeso (aproximadamente 500 a.C. – 450 a.C.) foi um filósofo pré-socrático.
² Instituições Sociais são mecanismos de organização da sociedade, regras e procedimentos padronizados que são reconhecidos, aceitos e sancionados socialmente, com o objetivo de manter a ordem e satisfazer as necessidades dos indivíduos.
³ “kbytes” significa quilobytes (KB), uma unidade de medida para dados, que é equivalente a 1024 bytes.
Lei 15.100/2025 que dispõe sobre a utilização, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais nos estabelecimentos públicos e privados de ensino da educação básica.
Por Robert Mendlovtiz – Professor Filosofia e Sociologia do Ensino Médio