A Geografia começou a ser considerada uma ciência, a partir do século XIX, na Europa, após o surgimento da Revolução Industrial. Esse evento proporcionou o desenvolvimento de diversas outras ciências e estimulou os interesses geopolíticos. A ciência geográfica tem como objeto de estudo o espaço geográfico, ou seja, o espaço ocupado e transformado pela sociedade ao longo do tempo.
Embora a Geografia tenha demorado a ser considerada uma ciência, a ação do homem e os conceitos geográficos – território, região, paisagem e lugar – já eram estudados há bastante tempo, juntamente com a evolução humana.
Afinal para que estudar Geografia? Essa disciplina serve apenas para decorarmos as capitais dos estados brasileiros e conhecermos os nomes dos países existentes no planeta? Como as fortes chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul, o conflito entre Israel e o Grupo Hezbollah, a eleição presidencial nos Estados Unidos, dentre outros acontecimentos ao redor do mundo interferem em nossas vidas?
Essas e outras perguntas são feitas ao professor de Geografia, quase que diariamente. Isso ocorre, pois, no passado, a disciplina era ofertada nas escolas de forma equivocada, sendo o professor a única e exclusiva fonte de conhecimento. Com isso, as informações repassadas não eram assimiladas, mas, sim, memorizadas.
Atualmente, o processo de ensino e aprendizagem na Geografia mudou muito. Agora ocorre a interação entre professor e aluno, que tem, como resultado, a obtenção do saber teórico e prático não só para os alunos, como também para os professores.
Como isso é possível? Relacionando o conteúdo trabalhado com a realidade vivida pelos alunos, como, por exemplo, associando o crescimento urbano com o aumento da impermeabilização do solo e, consequentemente, com a ocorrência de enchentes. Seguem algumas perguntas referentes ao problema proposto: Será que esse problema ocorre no bairro ou na cidade em que os alunos residem? Qual é a parcela da população mais afetada? Caso fosse um gestor público, qual(is) solução(ões) você faria para sanar esse problema? A partir da apresentação do problema, juntamente com algumas perguntas relacionadas ao assunto, é possível desenvolver o senso crítico dos alunos, colocando-os para pensar sobre uma solução do caso.
Outro fator que contribui no ensino e aprendizagem da Geografia é a internet, pois ela permite o acesso aos fatos em tempo real. Por meio da navegação, a disciplina ficou mais palpável, ou seja, diversas vezes o professor está explicando um conteúdo, o aluno sinaliza que já leu ou assistiu algo sobre o assunto. E, caso o assunto seja desconhecido, mas estimula a curiosidade dos alunos, muitas vezes, de maneira autônoma, os alunos realizam pesquisas e levam para a turma informações e curiosidades, que enriquecem o conhecimento já adquirido sobre o assunto.
Entretanto, ao mesmo tempo em que a internet é uma ferramenta que contribui para a aprendizagem, não apenas da Geografia, como das demais disciplinas, é necessário que o professor fique atento quanto às informações que chegam até os alunos. Devido à facilidade de acesso a dados, os alunos podem se deparar com sites que, ao invés de trazerem conhecimentos que ajudem no seu desenvolvimento, propagam apenas fakenews, desconstruindo, assim, a base de conhecimento que o professor idealizou juntamente com os alunos.
Atualmente, o papel da Geografia na escola é retirar o aluno da zona de conforto. Ele passa de personagem coadjuvante, que aprende os conteúdos apenas para realizar as avaliações e tirar notas para passar de uma série para outra, para personagem principal. Esse personagem irá colocar em prática os conhecimentos adquiridos, ou seja, questionar os fatos que ocorrem pelo mundo, debater os problemas presentes em seu bairro, em sua cidade, em seu estado e em seu país, ajudar no desenvolvimento da sociedade e melhorar o meio em que vive.
Por Fernanda Costa – Professora de Geografia do 6º ao 8º ano.